A Geração Z (nascidos entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2010) está revolucionando a relação com o mercado de trabalho. Diferente das gerações anteriores, esses jovens têm uma visão mais flexível sobre produtividade, equilibrando vida pessoal e profissional de maneira inovadora. No entanto, um estudo recente da PapersOwl aponta que essa flexibilidade pode envolver práticas questionáveis, como reduzir o tempo efetivo de trabalho e utilizar recursos da empresa para fins pessoais.
De acordo com a pesquisa, 95% dos entrevistados admitiram que se ausentam de suas atividades durante o expediente. Esse comportamento levanta questionamentos sobre os novos desafios do ambiente corporativo e como as empresas podem se adaptar para manter o engajamento e a produtividade dessa geração.
As principais práticas da Geração Z no trabalho
O estudo listou 15 formas de comportamento consideradas inadequadas no ambiente de trabalho, e a maioria dos entrevistados admitiu ter praticado pelo menos uma delas. Entre as mais comuns, destacam-se:
1. Saída antecipada do trabalho
Cerca de 34% dos jovens afirmaram que costumam sair antes do horário sem aviso prévio.
2. Faltar ao trabalho alegando doença
27% dos entrevistados admitiram usar essa justificativa para tirar um dia de folga, mesmo sem estar doentes.
3. Chegar atrasado frequentemente
Pelo menos 20% dos entrevistados disseram que não se preocupam em chegar pontualmente, especialmente em trabalhos remotos.
4. Demissão silenciosa (Quiet Quitting)
Outro comportamento comum é seguir a “lei do menor esforço”. O quiet quitting ocorre quando o profissional faz apenas o mínimo necessário para não ser demitido, sem buscar engajamento adicional.
5. Uso de IA para concluir tarefas
Ferramentas como o ChatGPT e outras inteligências artificiais estão sendo utilizadas para otimizar (ou terceirizar) atividades, permitindo que os funcionários realizem menos esforço manual.
6. Cochilos durante o teletrabalho
O home office proporcionou mais autonomia, mas também abriu espaço para práticas como tirar cochilos durante o expediente, admitido por cerca de 20% dos entrevistados.
7. Uso de recursos da empresa para fins pessoais
Seja hardware, software ou mesmo o tempo de trabalho, muitos jovens estão utilizando ferramentas da empresa para desenvolver projetos pessoais ou freelas paralelos.
As razões por trás dessas práticas
A pesquisa indica que a Geração Z não realiza essas práticas apenas por conveniência, mas também como uma forma de protesto silencioso contra condições de trabalho que consideram inadequadas. Entre os principais motivos estão:
- Salários baixos: 50% dos entrevistados disseram que um aumento salarial seria um forte motivador para trabalhar com mais dedicação.
- Ambiente tóxico e falta de reconhecimento: Jovens profissionais buscam empresas que ofereçam mais apoio emocional e valorização.
- Falta de propósito: Muitos profissionais da Geração Z desejam empregos que façam sentido para seus valores e crenças pessoais.
- Excesso de controle e vigilância: Monitoramento de tela e verificações diárias são encaradas como medidas desnecessárias.
Como as empresas podem lidar com esse novo comportamento?
Em vez de aumentar a fiscalização e os mecanismos de controle, especialistas sugerem estratégias de gestão mais humanizadas e flexíveis. Algumas soluções incluem:
1. Adotar sistemas de comunicação mais abertos
Manter um diálogo transparente e ouvir as necessidades dos funcionários pode melhorar o engajamento e a satisfação.
2. Oferecer maior flexibilidade de horário
A possibilidade de ajustar a jornada de trabalho de acordo com as necessidades do profissional pode melhorar a produtividade.
3. Criar uma cultura de reconhecimento
A Geração Z busca reconhecimento frequente. Empresas que implementam feedbacks regulares e programas de incentivo tendem a ter maior retenção de talentos.
4. Revisar as condições salariais
A justiça salarial é um fator essencial para essa geração. Rever remunerações e oferecer benefícios adicionais pode fazer diferença.
5. Criar programas de bem-estar
Oferecer apoio à saúde mental e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode reduzir o desgaste e aumentar a satisfação.
Considerações finais
A relação entre a Geração Z e o mercado de trabalho está mudando rapidamente. Enquanto muitos enxergam esses jovens como descompromissados, os dados sugerem que eles estão, na verdade, buscando condições mais justas e alinhadas com seus valores.
Para que empresas e profissionais prosperem juntos, é essencial encontrar um meio-termo entre flexibilidade, transparência e reconhecimento, criando um ambiente no qual todos se sintam motivados a contribuir.
A adaptação ao novo perfil dos trabalhadores pode ser um desafio, mas também é uma oportunidade de modernizar a gestão e aumentar a produtividade de maneira saudável e eficaz.
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